Entidades ajudam mães que precisam de colo - Segunda parte da notícia acima


Trabalho assistencial, muitas vezes voluntário, auxilia na criação e educação de crianças - FRANCISCO BRANDÃO

Até as mães precisam de colo. Na região, três entidades se distinguem por estender a mão a mulheres carentes e seus filhos. Em alguns casos, o trabalho voluntário pode ser um componente essencial na difícil tarefa de gerar e educar uma criança.

Em São Miguel Paulista, o Projeto Esperança cuida de mães soropositivas. Um dos principais trabalhos do programa é oferecer acompanhamento a crianças que ficaram órfãs por causa da aids. A entidade esforça-se para que as avós, muitas vezes sem recursos, mantenham a guarda dos netos.

Maria de Lurdes Silva, de 67 anos, cuida dos quatro netos - o quinto morreu.

"O mais novo, de 9 anos, ainda pergunta sobre o pai e a mãe", conta. Ela afirma que sua vida são os netos. "Eles que cuidam de mim." A neta de 11 anos é a única companhia de Lindaura Dantas Ribeiro, de 58 anos. "Graças a Deus, ela é muito esforçada e estudiosa. Vive dizendo que vai sarar, pois quer ter um namorado quando ficar mais velha", diz.

No Itaim Paulista, as doulas servem de acompanhante para as mães na sala de parto. O nome grego - que significa "mulher que ajuda mulher" - ganha uma tradução bela e fácil para tirar o medo e insegurança na hora de dar à luz.

"Oferecemos um apoio emocional, para tentar tranqüilizar a mãe e fazer com que ela não se sinta mal", explica a coordenadora da associação, Maria Lúcia Tavares. No trabalho pré-natal, a entidade dá orientações para uma gestação saudável e ensina exercícios de respiração para o parto. "Procuramos incentivar a opção pelo parto natural."

As mulheres da Vila Carrão contam com uma clínica para fazer gratuitamente o exame pré-natal. Oferecido pela Fundação Comunidade da Graça, o atendimento pode fazer a diferença para uma gestação saudável, para a mãe e para o filho.

Com esses trabalhos, muitas mulheres da zona leste têm um bom motivo para comemorar o domingo: a alegria e esperança de ser mãe.

Fonte:Jornal O Estado de São Paulo